terça-feira, 10 de maio de 2011

Dodôs, Dadás, toy art:


Delfina Renck Reis

Meu trabalho mais recente está inserido no segmento denominado Toy Art, onde se encontram essas criaturas divertidas, inusitadas e irreverentes, verdadeiras esculturas fofas. É uma produção lúdica que remete à criança interior presente em cada um de nós.
Quando comecei , por volta de cinco anos atrás, pesquisei o trabalho de vários mestres e excelentes artistas que encontrei na internet. Dessa pesquisa resultou um trabalho com características autorais, inserido nessa linguagem que tem identidade própria.
A inspiração é muito abundante, da mesma maneira que sempre foi o meu fazer artístico anterior nas áreas de pintura, desenho e escultura. As possibilidades criativas são infinitas, as combinações de cores, texturas e formatos são riquíssimas. Adoro misturar a baixa tecnologia do ato de costurar com a alta tecnologia dos tecidos de última geração que se encontra no Rio de Janeiro, reduto de carnavalescos.
A grande maioria das peças que crio é individual, "one of a kind". Os toys pertencem a grupos e categorias, como  Dodô filho, Dadá Sereia, Dodô ET filhotão, Dodô Dog e outros. Algumas vezes produzo múltiplos idênticos em séries de por volta de 20 exemplares. Todos são numerados e atualmente estão ultrapassando a marca de 1200 toys produzidos.
Dodôs, Dadás, toy art:
Relativamente novo na arte contemporânea, Toy Art é um movimento que começou no Japão, nos anos 90 e vem se difundindo pelo mundo com criações cada vez mais significativas. Muitos artistas e designers começaram a reinventar brinquedos, como um novo suporte onde exercitar a liberdade de criação. Principalmente para admiradores e colecionadores adultos, essas obras  não envolvem uma preocupação utilitária, funcional, o que vale é a inventividade e a diversão. São muito presentes as referências à arte urbana, arte das ruas, grafitti, histórias em quadrinhos. Na internet, os blogs  são um forte meio de difusão da toy art.
Alguns personagens  criados pelos artistas  vem com nome e biografia. Geralmente em séries limitadas e/ou numeradas, no Japão,  Europa e EUA são produzidos principalmente vinyl toys. No Brasil, também se faz, mas criou-se uma estética própria onde a produção manual, não industrial e previsível é um campo fértil para a originalidade. Muitos toys são peças únicas, verdadeiras esculturas macias bem humoradas, satíricas, irreverentes ou irônicas.

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